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Foto do escritorGustavo Santos

Uso de viatura da Guarda para possível fim particular está na mira da população


O uso de uma viatura da Guarda Municipal de Jaguariúna descaracterizada e estacionada em frente a uma escola particular, no Chácara Primavera, levantou questionamentos de alguns moradores neste final de semana. Segundo leitores, o comandante da GM, Adonias Araújo - responsável por utilizar o veículo - fazia a segurança da festa. Ele nega o fato.


A viatura, modelo S10 cabide dupla, de cor branca, conforme divulgou a Prefeitura há um ano, faz parte de um convênio do governo estadual pertencente ao programa AgroSP+Seguro. Juntamente com uma camionete Mitsubishi L200, a S10 deveria fazer o patrulhamento da zona rural.


De acordo com fontes, no sábado (15), o veículo oficial ficou estacionado na Praça Emílio Marconato, das 16h até o final da festa, por volta das 21h. O comandante da GM afirmou ao O Jaguar que esteve no evento, e em determinado momento como participante da festa.

Antes mesmo de ser procurado para dar sua versão sobre o assunto, o comandante ligou para a reportagem para justificar que a S10 não faz mais parte da patrulha rural, passado dois anos de programa, e que será colocada nas ruas como viatura com a adesivagem característica das atuais (azul).


“A S10 foi liberada pela Secretaria de Meio Ambiente Estadual para a gente adesivar nas cores da corporação. Tiramos o adesivo e pedi para fazer orçamento nas empresas. E de vez em quanto eu uso, o pessoal da inteligência usa esse veículo descaracterizado”, argumentou Araújo.

Viatura S10 (à esq.) foi anunciada em 2023 como pertencente a patrulha rural (Foto: Prefeitrura)

“E eu como comandante, como trabalho quase 24h, as vezes tenho que me deslocar de casa, para ‘N’ lugares (...) É comum ver a viatura na minha casa, para ser usada quando solicitado pela Prefeitura, e não como carro particular”, continuou.


Sobre sua presença em uma festa particular, o comandante justificou que no sábado (15) teria sido acionado pela direção do colégio particular por que teria acabado a água no local, e que lá estava ocorrendo uma festa junina.


“A diretora me chamou, falei com o secretário (de Meio Ambiente), e ele me disse que era um problema de bomba do Nassif mas que tinha corrigido. Quando foi umas 14h, me disseram que o problema era sério e que iriam mandar um caminhão-pipa para a escola. Atrasou (o caminhão) e chegou por volta das 16h. Fui lá pessoalmente para ver chegar, e assim que chegou fui embora”, relatou ao O Jaguar.


Posteriormente, ele afirmou que durante patrulhamento parou novamente no colégio, comeu, conversou com o pessoal e estacionou a viatura em um local discreto. Ele afirma ter ficado pouco mais de 40 minutos na festa, mas que não estava trabalhado no local. Segundo ele, no evento já haviam cinco seguranças trabalhando.


“A gente faz um baita trabalho na cidade e as pessoas querem me queimar. Essa época de política tem muitos guardas que não gostam da minha pessoa. Pessoal tudo que vê quer arrumar pêlo em ovo”, considera Araújo. Além da S10, outros dois veículos da guarda estão descaracterizados, segundo ele.


Em nota, o Colégio da Villa emitiu o seguinte pronunciamento:


“Contratamos a empresa particular de segurança do comandante Araújo desde a época dos ataques nas escolas ocorridos no ano passado. Para a Festa Junina, do ano passado e deste ano, trabalhamos com os seguranças da mesma empresa (neste ano com 5 seguranças dele), pois faz sentido para nós trabalharmos com as mesmas pessoas já conhecidas das nossas familias. O comandante Araújo veio à festa como convidado e ficou um tempo conosco”. NOTA DA SECRETARIA DE SEGURANÇA “A picape integra o acervo da Guarda Municipal e foi adquirida mediante convênio com a Secretaria de Abastecimento do Estado. Através do mencionado convênio, por dois anos o município se comprometia em contrapartida a fazer o platrulhamento da zona rural da cidade. Findado o prazo, o veículo pode ser utilizado pelo município para os fins do departamento em que ele estiver cadastrado.


O carro foi descaracterizado com ciência prévia da Corregedoria da GM e já há processo de compra adiantado para adesivação com as logomarcas da Guarda Municipal de Jaguariúna.


O Sr. Adonias Mendes Araújo, Comandante da Guarda Municipal, utiliza um veículo para fazer deslocamentos e fiscalização dos postos de trabalho e sobretudo do itinerário dos patrulhamentos percorridos pelos guardas em serviço. Por esse motivo, solicita a localização da viatura e vai ao encontro desta para fiscalizar e repassar ordens de serviço, isso em quaisquer dos turnos de trabalho, ou seja, tanto no diurno quanto no noturno.


Questionado por esse secretário acerca dos questionamentos deste meio de comunicação digital, prestou informação de que, na data do acontecido, fazia uso do veículo oficial mencionado no primeiro parágrafo e esteve parado por ali, em serviço, uma vez que ali acontecia uma festa junina que iniciaria às 11h.


Contudo, houve desabastecimento de água pelo serviço público e o proprietário do estabelecimento de ensino privado requisitou sua presença ali para auxiliá-lo junto ao órgão público municipal que detém tal competência. Informou que permaneceu ali e inclusive interveio junto à Secretaria de Meio Ambiente, que por sua vez encaminhou um caminhão pipa para abastecer os reservatórios da escola.


Citou que, por conta disso e do tempo utilizado nessa demanda, já próximo do horário de almoço, a convite do organizador, fez refeição ali e depois continuou em sua rotina de trabalho.


A postura do secretário foi requisitar ao comandante da GM as necessárias explicações.

O Comandante costuma utilizar outro veículo oficial sem a caracterização da GM, ou seja, uma Palio Weekend, cor branca, e o faz com o propósito de surpreender os servidores subalternos e conferir se estão trabalhando de acordo com o Plano Operacional Padrão da corporação.


Em relação ao procedimento administrativo que tramita pela Comissão Processante (uso de armamentos e veiculo oficiais no casamento do vereador Menezes do Canil) do município, tal informação deverá ser obtida naquele órgão. A comunicação da Corregedoria da GM serviu apenas de denúncia para apuração no mencionado órgão. Não cabe à Corregedoria oferecer conclusões e impor penalidades administrativas, tal função é privativa da Comissão Processante”.

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