Jaguariúna impede uso de capela e sede da fazenda após episódio com armas da GM
Atualizado: 1 de jul.
A Prefeitura de Jaguariúna alterou um decreto de 2021 que regulamenta a utilização da histórica Fazenda da Barra para eventos públicos e particulares, após o episódio envolvendo guardas municipais, em abril desse ano, que entraram armados e vestidos de gângsteres durante um casamento em uma capela pertencente ao espaço público.
O caso gerou polêmica e está sendo investigado pelo Ministério Público (MP-SP).
A partir de agora, o uso da capela Santa Isabel e da sede da fazenda centenária para eventos particulares está proibido. A alteração no decreto 4.338 também impede o uso de armas em eventos, bem como eventos que sugiram o “uso de produtos fumígenos, derivados ou não do tabaco”.
Carregando fuzis e pistolas, guardas municipais de Jaguariúna entram vestidos de gângsteres na capela da fazenda em abril, durante o casamento do vereador e guarda municipal Silvio Teles de Menezes, o Menezes do Canil (PSD). O caso virou motivo de apuração na Corregedoria da GM.
A temática do casório foi inspirada na série Peaky Blinders, que retrata a história de uma das mais sangrentas organização criminosa da Inglaterra. As imagens de símbolos do catolicismo foram retiradas do altar, e deram lugar a uma foto de uma falecida cachorra do vereador Menezes.
De acordo com a nova redação do decreto, somente poderão ser utilizadas para eventos, a área do Terreiro de Café (área externa) e o estacionamento. Sendo assim, os valores da diária cobradas em unidades fiscais do estado (UFESP) diminuíram em cerca de 20%.
A capacidade para utilização do espaço na fazenda pode ser de até 2,7 mil pessoas.
O CASO
A conduta dos guardas municipais envolvidos no polêmico casamento está sendo investigada pelo Ministério Público. No casamento foram utilizados fuzis e pistolas, além de um veículo da GM que transportou a noiva até o local.
Em nota, a Secretaria de Segurança de Jaguariúna informou que há um procedimento administrativo tramitando na Comissão Processante do município.
Segundo a pasta, a comunicação da Corregedoria da GM teria servido “apenas de denúncia para apuração no mencionado órgão”, e que “não cabe à Corregedoria oferecer conclusões e impor penalidades administrativas, tal função é privativa da Comissão Processante”.
Isso não faz nenhum sentido. Um espaço que poderia ser usado de forma privada e gerar receita para sua perfeita manutenção ficar fechado por um uso que pode ter sido inadequado. Basta ter gestão adequada. Que haja contrato impondo multas e sanções quando usado inadequadamente. Aliás, o uso privado deveria ser estimulado para que houvesse inclusive SEGURO do patrimônio.
O problema dos locais históricos do Brasil é justamente o desinteresse privado, que acaba gerando sucateamento (e aumentando o desinteresse).
É muito discurso vazio, muita hipocrisia e pouquíssima lógica.