Câmara faz apelo para prefeito Gustavo Reis não demolir prédios públicos
Um mês após a Câmara de Jaguariúna ser notificada pela Prefeitura sobre a necessidade de desocupação do prédio, em função da demolição para construção de um novo Paço Municipal, alguns vereadores resolveram se manifestar contrários a decisão, durante a sessão ordinária, na última terça-feira (28).
Os vereadores Walter Tozzi e Ton Proêncio fizeram uma moção de apelo ao prefeito Gustavo Reis (MDB) para que "concilie o projeto arquitetônico da construção do Novo Paço Municipal e a Câmara Municipal, em área que não precise promover a demolição dos prédios já existentes e a estes sejam dados novos destinos à população".
A Câmara foi oficiada pela Prefeitura em meados de janeiro, conforme revelou este canal, e manifestou interesse em integrar o prédio do Legislativo ao projeto de construção do novo Paço.
No entanto, a intenção de demolir a Câmara e mais três prédios da Prefeitura repercutiu de maneira negativa entre a população, e parte da pressão recaiu nos vereadores. A Câmara chegou a procurar novo prédio diante da possibilidade de início das demolições em maio.
"Não nego a necessidade de termos um novo Paço ou Câmara. Não vejo necessidade de demolição desse prédio. Pode ser destinado a uma outra função, função pública, comum museu que não tem na cidade. Os outros prédios anexos poderiam ser bem aproveitados pela administração", argumentou Tozzi, líder de governo.
"Se a construção tem que acontecer, que ela seja feita em uma área livre, desobstruída, como ao lado do Parque Santa Maria, ou atrás da rodoviária, próximo ao Senai, com acesso fácil aos serviços públicos, continuou.
O Executivo, segundo informou uma fonte, teria encomendado o projeto do novo Paço à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), e o prazo para os engenheiros entregarem o projeto é até maio. No entanto, outros integrantes do primeiro escalão do governo alegam que a ideia estava apenas "na cabeça do prefeito".
À princípio, no plano de demolição seriam extintos o prédio da Câmara, o centro de especialidades odontológicas, o Atende Fácil, o setor de planejamento e topografia. A partir de fevereiro, conforme havia relatado o Jurídico da Prefeitura, os trabalhos do Paço Municipal seriam transferidos para um galpão alugado no bairro Capotuna, na Rua Maranhão.
REPERCUSSÃO
"Uma coisa que me incomoda é que Executivo, Legislativo e Judiciário têm que ter independência dos poderes. Estamos no prédio cedido pela Prefeitura. Temos que aproveitar esse momento e procurar um espaço para a Câmara. Ter independência em relação ao Executivo", disse o vereador Afonso Silva.
Já a vereadora Ana Paula foi mais incisiva nas colocações: “A Câmara e o Paço seriam importante desde que não estivesse faltando água para os moradores do Florianópolis, desde que a cidade não estivesse do jeito que está, com ciclistas e motoqueiros caindo nos buracos gigantes; a cidade perdida no mato; iluminação precária; desde que tivéssemos policiamento”, criticou.
“É bom uma Câmara, sim, mas se a gente quer conforto a gente tem a nossa casa, o papel do vereador é estar com o povo. Acho que não é o momento de uma Câmara nova, eu não vejo necessidade. Quantos anos não se faz uma casa popular em Jaguariúna, 10 anos”, emendou.
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