Ciclovia inacabada por erro em projeto vai receber Parque Linear em nova obra de R$ 1,2 milhão
Atualizado: 30 de mai. de 2023
Em audiência pública realizada na noite dessa quinta-feira (25) na Câmara, o secretário de Mobilidade Urbana de Jaguariúna, Ricardo Cortez, afirmou que o projeto da ciclovia que liga Centro ao bairro Florianópolis foi dimensionado em proporção errada, e que por esse motivo faltaram 270 metros de pista para ciclistas e cerca de 450 metros de piso inter-travado. A obra já foi entregue, segundo Cortez, e do contrato de R$ 850 mil foram pagos R$ 836 para a empresa Lagotella. Os números foram apresentados durante audiência promovida pela Comissão de Obras da Câmara, presidida pelo vereador Wilian Morrinho. O material utilizado nas obras já apresenta problemas de infiltração, rachaduras e trechos sem pavimentação. Para Cortez, falta manutenção em trechos pontuais, e que apesar de estar com material comprometido em menos de um ano, a empresa não foi notificada. A pasta de Mobilidade Urbana era gerenciada na época do início das obras, por Josino Silva, hoje secretário de Desenvolvimento Econômico. Além dele, o engenheiro responsável pelo projeto se aposentou e a fiscalização das obras, tanto da ciclovia como da passarela na SP-095, ficaram sob a responsabilidade de cinco fiscais da Secretaria de Planejamento, encabeçada pelo secretário Rômulo Vigatto, que não compareceu na audiência.
“Dos cinco fiscais somente um abraçou a obra (da ciclovia)”, disse Cortez. Segundo ele, o atraso na entrega da ciclovia ocorreu por exigências do Departamento de Estrada e Rodagem (DER) de Campinas, uma vez que o projeto já tinha sido aprovado pelo DER de São Paulo, segundo o secretário. A construção de uma barreira de concreto em toda a extensão da ciclovia estava entre as exigências, além da desapropriação de um trecho de terra, que não havia sido prevista pela Prefeitura ,mas que era necessária para realizar o projeto. ERRO EM PROJETO Sobre os trechos faltantes de material, Cortez justificou que o dimensionamento da obra foi feito em proporção errada. “Para o passeio de concreto seriam necessários para completar a obra abandonada pela Pavinc 878 metros lineares. Porém, a planilha orçamentária previu 1,448 mil metros quadrados suficientes para fazer 603 metros lineares, faltando 274 metros lineares. Já para o passeio intertravado, seriam necessários para completar a obra abandonada 1,9 mil metros lineares. Porém a planilha orçamentária previu 1,3 mil metros quadrados, suficientes para fazer 1,4 mil metros lineares, faltando 450 metros lineares”. A primeira empresa a iniciar as obras foi a Pavinc, hoje sendo processada pelo Município pelo abandono da obra. Em relação à segunda empresa que assumiu a ciclovia, o vereador Wanderley Filho, vice-presidente da comissão, contestou o serviço executado:
“Ao que foi pago a Lagotella, o que me impressiona é a qualidade do serviço. O que foi contratado é concreto polido. Temos lá trecho desse material, mas também trechos de concreto desempenado e de concreto somente esparramado. Um péssimo acabamento”, expôs o vereador.
PARQUE LINEAR
O secretário de Mobilidade informou que dentre alguns dias será publicado o edital para licitar a construção de um Parque Linear em toda a extensão da ciclovia, e que dentro desse projeto, o trecho que faltou ser concluído entrou nos custos desse novo projeto. A justificativa para que essa obra não foi feita em compasso com a ciclovia, foi por falta de verba na época. “Agora, com esse projeto, vamos fazer as correções das falhas, e dar utilidade e embelezamento para obra”. O custo estimado é de R$ 1,2 milhão, e o prazo para sua conclusão será em meados de fevereiro de 2024. O projeto, segundo adiantou Cortez, prevê plantio de gramas, instalação de bancos e luminárias e arborização. Guias serão colocadas ao lado da ciclovia além de sistema de drenagem, prevê o projeto.
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